domingo, janeiro 8

Faxina



E então, ontem, acordei decidida a fazer a faxina e arrumar a papelada que há meses, anos, estava acumulada no quartinho dos fundos, junto com tudo o que é badulaque que vai ficando sem lugar certo, sem utilidade, sem função. Cachorros pra fora de casa, roupas confortáveis, e mãos à obra... a primeira providência foi separar duas caixas grandes: uma para ir colocando o que fosse de jogar fora, outra para objetos ainda bons mas que não uso mais. O começo é dramático... a gente vai olhando os papéis, as coisas, e vai colocando no canto, jurando que eles ainda tem alguma serventia. Pra caixa do lixo só envelopes vazios, papéis rasgados, lixo inequívocamente lixo mesmo. O tempo vai passando, e chega uma hora em que a gente percebe que só está colocando as coisas em pilhas, tirando pó, e a quantidade absurda de coisas inúteis e de papés velhos continua ficando por lá. Até que a gente se enche de coragem e joga fora a primeira apostila velha. Depois, começam os manuais de funcionamento e certificados de garantia de eletrodomésticos que já temos há anos... e aí, encontramos o manual de um mixer que a gente lembra que já está queimado há muito tempo, enfiado na gaveta da cozinha... e resolve que ele também já pode ir para o lixo... e aí vem uma animação: de repente, a caixa tímida com uns envelopinhos e uns papéís rasgados no fundo, começa a se encher furiosamente... as caixas vazias, objetos quebrados, cadernos velhos, recibos velhos, cartões de visita desatualizados, sacolas, embalagens, começam a transbordar, e todo o canto do quartinho começa a se encher com coisas para o lixo...

É uma experiência libertadora - quando percebemos, estamos raciocinando melhor e perdemos o medo ou sei lá-o-que que temos de nos livrar daquilo que nunca usamos - aquele cachepô amarelo que tinhamos em casa desde sempre, ocupando espaço, mas tão horrendo, que jamais saiu do cantinho da área de serviço - rua com ele! Está bom, novo, perfeito, mas não usei, nunca vou usar... revistas antigas que a gente guarda por causa de uma matéria interessante, uma página com alguma coisa legal? Tão legal que a gente nem se lembrava mais porque a revisa estava guaradada, né... então, lixo!! Pilhas e pilhas e mais pilhas... Quando dei por mim, até pedaço de móvel quebrado eu estava jogando fora... porque é óbvio que em dia nenhum eu teria animo para sentar, chamar alguém, procurar um profissional para fazer outra peça, remontar o cabide quebrado...

No fim das contas, foram umas oito caixas grandes de badulaques e papelada velha jogados fora, empilhados na área do lixo reciclável do prédio. Não vou mentir - não é fácil pegar uma agenda, um caderno, anotações, lembranças e ir atirando fora assim, sem ler de novo, sem saber exatamente o que está escrito dentro... mas é uma das experiências mais libertadoras que se pode ter. Ver o quarto arrumado, mais vazio, organizado, dá uma sensação incrível de leveza de ânimo.

Sim, amores... sábado foi dia de faxina!!

Um comentário:

Patricia Scarpin disse...

Fiz isso no final do ano passado e é realmente libertador - sem contar as roupas, novas, que não me serviam mais (ou eu não usava por qualquer outro motivo) que agora estão sendo úteis para pessoas que realmente precisam delas. Muito bem, Rose!