segunda-feira, fevereiro 28

Canalha, ardilosa, má, cínica, carreirista!



Homem é cafajeste, mulher é vítima. Homem gosta de futebol, mulher gosta de shopping. Homem dá amor para ter sexo, mulher dá sexo para ter amor. A jornalista Martha Mendonça detesta tanto esses e outros clichês relacionados aos gêneros, que resolveu escrever um livro de contos invertendo a expectativa. Em Canalha, Substantivo Feminino, as mulheres abandonam o papel de coitadinha, fazem maldades e se utilizam de golpes baixos e sujos para subjugar os homens e passar por cima das rivais. De acordo com a própria autora, não há o retrato da mulher vingativa, tão comum e tão clichê. As mulheres de Martha agem por prazer, para conseguir o que querem, sem nenhum traço de vitimização.

Confesso que o primeiro impacto foi achar a idéia de extremo mau gosto, mas depois, comecei a achar a perspectiva bastante interessante. Afinal, não precisamos ser heroínas abnegadas para provar que temos direito à igualdade e ao respetio masculino, certo? Ter que provar que somos fortes e competentes, porém boazinhas e abnegadas é uma forma de infantilização e acaba corroborando o preconceito que queremos combater.

Estou curiosíssima para ler o livro. Alguém já leu? Recomenda? Tem alguma opinião sobre o assunto?

A entrevista completa de Martha Mendonça para o Maurício Stycer está aqui.

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