Ontem eu assisti ao filme. E chorei muito. Chorei horrores. Chorei o inesperado.
E o inesperado, além de chorar com Carlitos, foi ouvir a voz de Charlie Chaplin! Do ser humano, do ator usando o seu meio de comunicação, despindo-se do personagem e fazendo seu desabafo, seu grande discurso final.
Não posso imaginar qual foi o sentimento do público em 1940, ao assistir ao filme e constatar que o único a peitar a maior ameaça da época era “apenas” um artista. “Um grito parado no ar”.
Uma baita demonstração de coragem do gênio, que nessa hora não quis ser o gênio do cinema, mudo.
Transponho a última fala do filme, após o discurso, que ainda está batendo aqui no coraçãozinho.
Tradução livre. Aceito correções.
Hannah, can you hear me? Wherever you are, look up, Hannah! The clouds are lifting the sun is breaking through. We are coming out of the darkness into the light. We are coming into a new world, a kindlier world, when men will rise above their hate, their greed and brutality.
Look up, Hannah! The soul of man has been given wings. And at last he is beginning to fly. He is flying into the rainbow, into the light of hope, into the future, the glorious future that belongs to you, to me and to all of us.
Look up, Hannah! Look up…
Hannah, pode me ouvir? Onde quer que você esteja, olhe pra cima, Hannah! As nuvens estão se abrindo, o sol está aparecendo. Nós estamos saindo da escuridão e indo para a luz. Nós estamos indo para um novo mundo, um mundo mais amável, em que os homens se colocarão acima do seu ódio, sua voracidade e brutalidade.
Olhe pra cima, Hannah! A alma do homem ganhou asas. E ele finalmente está aprendendo a voar. Ele está voando para dentro do arco-íris, para a luz da esperança, para o futuro, o futuro glorioso que pertence a você, a mim e a todos nós.
Olhe para cima, Hannah! Olhe para cima.
segunda-feira, janeiro 8
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