sexta-feira, abril 18

Sobre os bichinhos, de novo.

Frequentemente escuto pessoas do meu convívio dizendo "eu gostaria, mas não conseguiria ser vegetariano, pois adoro comer carne". Entendo. Sou uma das pessoas que mais gosta de comer que vocês conhecerão em suas vidas - quem convive comigo sabe dos meus pratos de 900g nos restaurantes, meus "sim, acabei de jantar pela segunda vez, mas posso comer essas 15 porções de batata frita, sem problemas". Eu AMO comer. E tornar-se vegetariano nem sempre é sinônimo de não gostar de comer... carne. Na maioria das vezes não é isso. É mais uma questão de escolha baseada numa reflexão ética. Eu quero/posso comer, mas eu devo? E por que fazer essa pergunta? Veja, não bastasse as torturas absurdas que os animais/produtos sofrem (menos preocupante que suas mortes são suas vidas miseráveis nessa indústria bilionária, investiguem), a indústria da carne é também uma das mais denunciadas por utilizar humanos em trabalhos escravos. É ela também a principal responsável pelos desmatamentos - para pastagens e produção de alimentos para os animais - e a maior contribuinte na emissão de gases de efeito estufa, dentre outras coisas.

Assim, se assumimos uma posição de amor e responsabilidade individual pelo mundo em que vivemos, temos que nos questionar e agir o tempo todo. Exemplos:
- Sei que a água está escassa. Sei também que não vou resolver o problema do mundo economizando água. Mas, posso contribuir? Posso incentivar as pessoas a contribuir? Posso fazer o máximo para fazer alguma diferença?
- Sei que determinados produtos produzidos na China são frutos do trabalho escravo. Não vou resolver o problema dessas pessoas, mas como posso me posicionar de forma a ajudar essas pessoas? Posso encontrar outras opções de produtos que não abusem de seres humanos e não dar dinheiro para escravagistas?
- Sei que um produto é testado em animais e sei de outro semelhante que não é. Por que não optar pelo segundo e incentivar as pessoas do meu convívio a pensar sobre esse assunto? Afinal, somos os consumidores. Somos os responsáveis por ditar o que queremos ou não no mercado - embora nos esqueçamos disso.
- Sei que não vou resolver o problema do excesso de lixo, mas posso diminuir o meu consumo? Posso reaproveitar, reciclar, repensar meus hábitos?
 - Sei que não vou resolver o problema da fome no mundo, mas posso ajudar pelo menos uma família a não passar fome?

E é nesse mesmo caminho que diariamente discuto comigo mesma várias questões que envolvem o meu imenso amor e respeito pela vida animal: Sei que não vou resolver as questões do sofrimento animal, mas posso ajudar a salvar a vida de alguns cães? Então vou fazer o meu máximo por eles. Sei dos horrores das indústrias da carne, leite e ovos. É possível viver sem esses alimentos? Posso fazer o meu máximo para não fazer parte disso? Então vou fazer o meu máximo. Claro, é muito mais fácil viver sem se preocupar com nada disso. Mas viver não é fácil. Viver num mundo que pertence a todos e a ninguém é mais difícil ainda.

Meu nome é Lili. Sou a pessoa mais comilona que conheço. Magrela e chata há quase 31 anos. Vegetariana há 8 anos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Acho que vc já deve ter visto esse vídeo, mas de qualquer forma mando pra vc.

Ana Paula

http://m.youtube.com/watch?v=NS93s0iViyE&autoplay=1

Lili Cheveux de Feu disse...

Ana, eu já tinha visto, mas não me canso de ver. <3
Ele é muito lindinho.

Beijo.