quinta-feira, setembro 6

sem verificar o que é certo ou errado, o que é bom ou ruim. é mera observação.

sabe o que me assusta mais que pessoas fanáticas? pessoas que não se aprofundam em nenhum interesse. assim: gostam de qualquer estilo musical e não têm um(a) cantor(a), música ou banda predileta; não têm um ator ou atriz, um(a) pintor(a) ou uma celebridade qualquer que afirmam admirar de verdade; não ligam para religião alguma, nem para política; não sabem dizer o nome de um filme que possam chamar de preferido; não sabem dizer o nome de um livro que tenham lido e gostado muito; o nome de uma rádio que gostem de ouvir; o nome de uma marca de roupas e/ou de calçados que lhes chamem a atenção; não têm interesse específico em um idioma, um instrumento musical, uma comida típica, uma espécie de planta, uma modalidade esportiva, um evento... enfim.
não é preciso ter tudo isso ao mesmo tempo agora, mas uns dois ou três quesitos deveriam [ou não?] ser preenchidos com facilidade. [será que não?]
para esse tipo de pessoa, parece que qualquer coisa, do jeito que for ou vier, está bom. a vida é um passeio interessante, mas que dispensa concentração.
você conhece alguém desse tipo? eu conheço no mínimo uma dúzia. e tem dias, em contato com algum deles, que meu queixo cai.

4 comentários:

Rose Foncée disse...

São as famosas pessoas planta, Lilibeth! Os "terceiros lugares" dos BBB's da vida - vão ficando, ficando, porque não se expõem, não polemizam, não emitem opinião, acabam virando seres humanos transparentes, e só perdem a batalha no final, quando a comparação com alguém que tenha um mínimo de brilho em qualquer aspecto da vida, se torna inevitável. O exemplo é do BBB, mas é assim em todo lugar, e certamente, temos várias pessoas assim no nosso convívio.
É assustador mesmo.

Luís Fernando disse...

Lili, voltei.
Esse teu texto me lembrou aquele filme com o John Cusack, "Alta Fidelidade", em que o protagonista fazia diversos top-five com os seus parceiros de loja.
Talvez ter alguma predileção pode me parecer um pouco, hm, radical. O que me incomoda é conversar com quem não tem nenhuma posição sobre nada. Tudo bem que o livre arbítrio é isso aí, mas pode haver coisa mais desinteressante do que procurar assunto com quem não tem nada a opinar sobre assunto algum?
Pergunta pra mim que eu te falo os meus top-five de tudo, hahahaha.
Um beijo.

lili cheveux de feu disse...

Luis!!! Há quanto tempo menino!!! Por onde andava? Me manda e-mail e conta tudo!
Alta Fidelidade é muito legal mas, eu tenho sérios problemas em fazer top-fives (no filme não é top-ten???). Sei dizer claramente o que eu adoro, o que eu gosto mais ou menos e o que eu detesto, mas daí a classificar definitivamente o que eu adoro, é muito difícil, menino! Tem coisa que não dá medir!


29 beijos! =P

Luís Fernando disse...

Vou mandar e-mail, sim.
Mas essa história de "listas" pode ser interessante, apesar de ser bem cíclica. Por exemplo, li "Furacão Sobre Cuba", do Jean Paul Sartre, e me pareceu um livro maravilhoso, mas depois li "Todos os Belos Cavalos", do Cormac McCarthy (que é, por baixo, o meu escritor favorito), e todo êxtase pelo Sartre se perdeu em algum canto do meu coração.
Talvez você tenha razão sobre essa dificuldade em listar tudo. Mas é bem interessante argumentar com propriedade, falar sobre livros lidos, discos ouvidos, jantares provados. Não apenas ler resenhas, pôr as mãos no queixo e dizer, "nossa, como o Rubem Fonseca sabe ser violento quando quer".
Tá cheio de gente assim, Lili, vai por mim.
29.