segunda-feira, agosto 22

Loucos de todos os gêneros...





09h02
Apressada para o trabalho, caminhando pela calçada, e de repente, aquele volume alto, vindo de um carro de janelas abertas parado no semáforo. Não era aquele barulhinho meio impreciso que a gente escuta quando o som está um pouco alto. A música podia ser ouvida cris-ta-li-na-men-te, altíssima a ponto de fazer tremer as vitrines das lojas próximas. Gospel. Um hino a respeito do amor que o divino tem por nós, sobre a maravilha de sermos religiosos e sobre a salvação pela fé. Comoção na calçada. Os pedestres param para ver a cena. Sozinha no carro, parada no meio da rua, a motorista, uma mulher ainda jovem, interpretava a plenos pulmões a canção, debatia-se no volante, berrava o hino com o rosto coberto de lágrimas. Estava praticamente em transe, e assim continuou quando o sinal abriu, e lá foi ela, dirigindo, cantando, chorando, rezando... absolutamente entregue à sua fé. Uma cena impressionante.


09h11

Hora do rush no hall dos elevadores aqui no serviço. Todo mundo chegando, aquela tradicional fila... umas 15 pessoas aguardando seu elevador chegar, cumprimentos discretos, tudo muito educado, polido, silencioso, como pede o protocolo aqui do local... eis que no meio das pessoas caladas, elegantes, discretas, um colega se sacode todo... sim, ele está curtindo seu sonzinho em volume um pouco mais alto do que o aconselhável. O ruído vaza e todos conseguem ouvir aquele bate-estaca indeterminado saindo dos fones de ouvido. Mais que isso, o colega balbucia a canção, como se estivesse absolutamente só no recinto sacrossanto do seu chuveiro... vai cantando/balbuciando e se sacudindo todo... praticamente dançando em plena segunda-feira de manhã... tá mais que certo ele, não deve satisfações pra ninguém e tava lá exercendo seu direito de ser feliz... mas que fica um clima constrangedor entre os demais no recindo... ah, isso fica!!

12h35

De novo os elevadores. A predinha onde trabalho possui, no total, 24 andares mais 3 subsolos. Então, um coleguinha atlético encontrou uma maneira prática, econômica (e absolutamente inadequada) de se exercitar. Tanto na hora do almoço, como na hora de ir embora, o infeliz desce até o último subsolo e sobe correndo as escadas até o último andar, onde toma novamente o elevador para descer – a essas alturas, claro, ofegante como um camelo, ensopado de suor, com aquele cheirinho característico. Ele se dá ao trabalho de trocar o sapato por um tênis, mas mantém o resto da roupa toda... camisa, gravata e quetais. Pois hoje conheci de perto a lenda viva... pensem no desespero que é entrar no mesmo elevador lo-ta-do, juntamente com a pessoa, em um horário em que o equipamente desce devagar, parando em quase todos os andares e vai enchendo cada vez mais. É a treva.

Tudo isso em apenas uma manhã, heim amores! Como tem gente doida nesse mundo, meldels!!!

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