segunda-feira, março 21

Na praia, com Rose Foncée

Foi assim, queridos: carnaval e mais alguns dias no Rio, um interlúdio em Floripa pra curtir sozinha com meu amor, e uma semana com a família (oh céus, oh vida!) em uma praia do litoral norte de Santa Catarina.

Adelaide tem razão – O Rio de Janeiro continua um espetáculo. Passar um carnaval descompromissado, curtindo os blocos, praia, um eventual programinha cultural, botecos e restaurantes de primeiríssima qualidade, com, provavelmente, a maior concentração de lindas pessoas e paisagens do planeta, é uma super opção para uns dias de descanso. Experiência única que recomendo mesmo para quem não gosta de carnaval. Pode ir, você não vai se arrepender. Dica da Rose – um fim de tarde no Bar Urca é uma coisa divina. No finalzinho do bairro, o bar não tem mesas nem cadeiras – a gente pede a cervejinha gelada e os bolinhos de bacalhau e as empadinhas de camarão e siri, atravessa a rua, acha um espacinho na mureta e fica ali, batendo papo, com aquela vista indescritível, tendo a certeza de que está vivendo um dos melhores momentos da vida. Dá pra ir de ônibus – o bar fica no ponto final das linhas 511 e 512 que percorrem toda a zona sul.

Florianópolis é, sem dúvida, uma das cidades mais bonitas e interessantes do Brasil, mesmo debaixo de uma tempestade que deixou a cidade às escuras por horas. Quando forem para lá, esqueçam o norte da ilha, badalado demais, cheio demais, turístico e arrumadinho demais, e conheçam o sul, preservado, com praias incríveis, vilinhas de pescadores paradas no tempo e pessoas que vivem em um ritmo próprio, mais lento, interiorano, relaxante. Não conhece o Pântano do Sul? Ah, mas você nem imagina o que está perdendo... Dica da Rose – quando for ao Campeche, ao chegar à praia, saia da confusão que se forma no trecho em frente à rua de acesso e caminhe alguns minutos para o lado direito. Logo, logo, você vai ver uma barraquinha rústica de madeira, sem nome, nem placa, nem nada, com uns poucos banquinhos e mesinhas em volta. Estenda sua canga por ali mesmo. A barraca tem bebidas geladinhas, vendidas por um senhor simpático sem ser invasivo e a praia, naquele trecho, é bem deserta, sendo frequentada por alguns surfistas, já que as ondas ali são ótimas. Se na hora em que você chegar não tiver ninguém por perto, é só esperar um pouquinho... o proprietário deve estar ali em frente, pegando uma onda e já, já ele volta para te vender uma latinha ou uma água de côco bem geladinhas! Aproveite o sol e o visual.

Lili tem razão – Viajar de avião no Brasil virou uma experiência antropológica aterradora. Verdade seja dita, as companhias aéreas e a Infraero não decepcionaram – vôos no horário, aeroportos organizados, tudo certinho... mas as pessoas, aiaiaiaiai... não quero nem começar a falar sobre o festival de grossura, insensatez, falta de respeito ao próximo e barbaridades que a gente tem que presenciar. Das filas do check in ao recolhimento das bagagens na esteira, é um desfile de absurdos e de cenas grotescas... juro que depois conto pelo menos algumas das batatadas que presenciei. Dica da Rose – despache o máximo de bagagem que você puder. Esperar uns minutinhos na esteira de bagagem não mata ninguém, e é muito melhor aproveitar o tempo sem ter que ficar vigiando malas, e não pagar o mico de incomodar meio mundo carregando sacolas, maletas, bolsinhas e badulaques dentro do avião, onde o espaço já é bem restrito.

Santa Catarina é um grande Estado. O litoral norte é uma beleza. Praias para todos os gostos, cidades bem estruturadas, povo simpático. Porto Belo, Bombinhas, Itapema e Camboriú são maravilhosos, embora já sofram com alguns pontos negativos – a urbanização desordenada em alguns trechos, com prédios horrendos, casas mal acabadas e paredões de arranha-céus, e o excesso de gente e farofada em algumas praias. Mas Mariscal, Estaleiro, Conceição, Zimbros e Tainha continuam lindas. Dica da Rose – em um dia de sol, vá para Caixa d’aço, em Porto Belo, contrate um barquinho de algum pescador local e peça para que ele te leve a um dos bares flutuantes bem em frente à praia... combine o horário para ele ir te buscar depois, e fique lá, comendo ostras frescas, dando uns mergulhos, lagarteando ao sol, deixando o dia passar. É boa, a vida.

Férias com a família é bom, mas cansa. Irmãos, sobrinhos pequenos, cachorro, casa alugada, tudo é maravilhoso durante um ou dois dias, mas mais que isso a gente já fica louca pra ir embora para alguma pousada confortável e silenciosa, sem ter que se preocupar com copos para lavar, o excesso de chocolates que as crianças estão comendo, o controle remoto do portão ou o cachorro que insiste em fugir para a praia a cada 5 minutos. Gosto de crianças, mas detesto pais permissivos. Gritos, correria e algazarra me desestabilizam emocionalmente, e não vou negar – tenho que sair frequentemente de perto e dar longos passeios solitários ou só com meu amor, para não ter um faniquito. E além disso, é claro, as diferenças com os adultos, as farpas familiares, as cobranças, os olhares críticos... família é show, não é mesmo, meus amores? Qualquer hora dessas conto para vocês a ida da troupe ao restaurante japonês , queridos, vocês não perdem por esperar... Dica da Rose- esqueceu de levar o Diazepan? A farmácia local não vende fluoxetina sem receita? Um Dramin quebra o galho maravilhosamente bem, relaxa que é uma beleza. Mas vejam bem: é para a gente mesmo tomar, viu. Resistam a tentação de dar unzinho para cada infante feliz. A perspectiva dos anjinhos sonolentos a tarde toda é maravilhosa, mas os papais e mamães provavelmente não iriam gostar, se soubessem.

Marie tem razão – Ian Mc Ewan é o cara. Ainda não li Solar, mas Reparação foi meu companheiro de viagem nas conexões, esperas e momentos de cansaço... também vai ganhar um post exclusivo depois, mas por enquanto adianto que quem não leu está deixando de lado uma grande experiência literária. Uma coisa, amores, uma coisa... um dos melhores livros que já li na vida. Dica da Rose – leia.

15 comentários:

Rodrigo disse...

ok, tudo muito lindo.
Mas, e as fotos do pintudo?
quando?


beijos, gata!

lili cheveux de feu disse...

amores, quando voces estiverem frente a frente com essa tal concentração de gente LEEEEIIIIIIIIINDA que tem no rio, tirem uma foto e me mandem pq, sinceramente, já fui mil vezes pra lá e nunca vi absolutamente NADA além do que se vê em qualquer lugar, até na esquina aqui de casa. gente feia inclusive tem a dar com o pau.

a urca é uma delicia mesmo né? já disse que só moro no rio se for pra viver na urca. rsrsrs. a loaacka.

JMJr disse...

Rose,

Sou da política que criança devia ser obrigada a tomar um comprimido de dramin 2 horas antes de embarcar em qualquer meio de transporte coletivo.
Tô com ódio mortal dessas férias de CENTOEOITENTADIASPORANO!

Lili,

Já eu moro na Vieira Souto. Numa cobertura. De frente pro mar, obviamente. Com ligação direta para SDU. Adelaide já foi avisada.

XOXO

Gilda disse...

Pois é, Lili. Nem eu. Aliás, eu vi muita gente feia.

Pode ser porque eu sempre fiquei longe da Barra. HAHAHAHA

Rose Foncée disse...

Gilda, mas a Barra padece do mesmo problema de Ipanema, Copacabana, Lapa e Santa Teresa... tem mais turista do que carioca. E daquele tipo de turista, sabe... que anda em bando, que viaja pra piriguetar, que acha o máximo vomitar cerveja na calçada, que usa bermuda adidas com camisa pólo e chinelo Rider, e por aí vai. É o circo dos horrores mesmo. Da próxima vez, tentem lugares mais tranquilos, arrisquem uma noitada em Botafogo ou na Gávea, peguem praia no posto 11 (procurem por Shalimar, que atende na barraca exatamente em frente á rua Carlos Góes e vocês verão a força da beleza rústica e popular da cidade, minha gente, uma coisa)... aposto que vão gostar.

Rodrigo, gato, Rose Foncée agora é outra. Acho que teu comentário não foi pra mim. Mas, de qualquer forma, beijos pra você também!!

Anônimo disse...

Sempre to lá, vou morar lá e tb vejo muita gente feia como em qualquer lugar.

Rose Foncée disse...

No final das contas, a beleza está mesmo nos olhos de quem vê, não é, amores?

JM, e um comprimidinho também duas horas antes das refeições dos adultos também, né não?

Rodrigo disse...

Ops, Rose.
beijo

lili cheveux de feu disse...

essa tal beleza carioca é uma mentira que alguém [certamente um carioca] inventou e de tanto ser repetida, virou verdade. beleza mítica.

#desculpe

JMJr disse...

Rose querida,

Sugestão do dramin antes das refeições aprovadíssima, exceto em casos em que as crianças saibam, previamente, comportar-se.

XOXO

marcelo disse...

Lili, acho que o que a Rose quis dizer com a tal beleza dos cariocas não é exatamente essa beleza estática, de rostos certinhos, fotografias, etc... tem a ver com todo um estilo, um jeito de levar a vida, de se relacionar, de se vestir, etc... o Rio é uma cidade alegre, despojada, ensolarada, liberada, não tem provincianismo (pelo menos não tão aparente, não vamos nos aprofundar demais nessa questão) e isso se reflete nos corpos, no humor e nos sorrisos das pessoas, que tem menos vergonha do corpo, parece...Parece que lá a gente se produz menos e fica bem assim mesmo. Não é aquela coisa de ser belo porque está com o cabelo bem cortado, a pele bem tratada, a roupa impecável, a produção certinha... é uma coisa mais natural. Agora, é claro que tem feio, chato, mal humorado como em qualquer lugar,né... mas eu nem presto muita atenção nesses.. hehehe.

lili cheveux de feu disse...

marcelo, eu tenho medo de gente feia que não tem vergonha do corpo, que veste um mini trapinho [ou PIOR, um biquini, tsc tsc] e sai feliz pra rua machucando os olhos dos outros... eu tenho muito medo.
deve ser isso então.

marcelo disse...

ai, tá bom lili, tá bom... eles são horrorosos!!! afff...
(huahauhauhauhauahuahauhauahuh)

Gilda disse...

Rose, eu ODEIO copacabana. Mas da Lapa eu não abro mão.

Eu não ia falar, mas a Lili tá me obrigando. hahaha

Uma vez no Rio, tava eu & amigos curtindo aquela efusividade típica da juventude (oi, eu ainda sou jovem) e uma SENHOURA, vovozona, com IMC pra lá de alto e batom vermelho borrado passa a mão no meu parzinho. Tipo convidando pruma noite de amor. HAHAHA Foi trash.

Lili Cheveux de Feu disse...

não faz a loacka marcelo!
só estou dizendo que o pessoal do rio não tem absolutamente nada de extraordinário. tem gente e feia e bonita, igualzinho a todo lugar.

mas na minha opinião eles têm sim outras particularidades não relacionadas à beleza que eu prefiro não comentar se não vou apanhar da cariocada. rsrs.

**

e djêimes, essa sua sugestão de moradia não é nada má!!! curtindo a paisagem de cima, com o mínimo de contato com a cariocada e uma rota de fuga para sampa logo ali. amei hein.