segunda-feira, novembro 29

As motivações inconscientes na escolha do cônjuge

Me fazem pensar o que quem raios os filhos dessa senhoura de 47 anos vão escolher para namorar.

***

Se eu fizer alguma coisa remotamente parecida alguém me interne antes do meu filho ver, tá.

***

Aliás, desde que me conheço por gente defeco para o que pensem a meu respeito. Mas de uns tempos pra cá, tenho me dado conta de que nunca mais vou ser sozinha na vida.

***

Muitos anos de tratamento levado a sério e você descobre que ela, a independência emocional, nunca está em liquidação. Depois que você paga o preço, ser sozinha é de uma leveza tranquilizante.

***

E agora, que não posso ignorar que tudo o que eu fizer vai se refletir diretamente em todas as escolhas do meu filho, como é que fica a minha tão suada independência emocional?

18 comentários:

Solineuzza disse...

Olha, analisando o shape da prole, ela que começou escolhendo bem errado la atras...

Mas em compensacao o personal...

marcelo disse...

Não faço a menor idéia de quem seja a senhoura da foto, só sei que está batendo um bolão.

Com relação à sua independência emocional, aí vai um pitaco selvagem: se você abrir mão dela, fatalmente vai acabar cobrando isso do teu guri mais tarde. Não tem argumento com relação a isso, é fato. E será péssimo pra ele. Acho que o melhor é que ele conviva desde cedo com quem você realmente é. Você é madura, cordata, tem noção de civilidade, de comportamento, de respeito ao próximo, de convivência social, e o importante é isso - a base da convivência, para que cada um se desenvolva como é, balizado por esses limites sociais. E tá muito bom, viu. Uma coisa é defecar pra tudo o que pensem a seu respeito simplesmente pra mostrar que defeca. Outra coisa é defecar pra continuar sendo quem você é e pra continuar vivendo de acordo com os teus padrões e os teus valores. O primeiro caso é ruim. O segundo é ótimo.
Lembre-se: o bom pra teu filho é crescer sendo feliz, e não necessariamente te achando ótima, modelo a ser seguido e sensacional.
Quer que teu filho tenha uma cabeça boa e seja independente emocionalmente? Comece sendo você assim.
É deprimente uma cinquentona que se comporta como uma teen na ilusão de poder parar o tempo. Mas se a cinquentona está no auge, arrancando assobios por onde passa, é ridículo também querer passar por Perpétua, viu...
Evite rosa-pink, não use marias-chiquinhas, e doe de uma vez por todos os teus bichinhos de pelúcia e tuas bonequinahs das meninas superpoderosas. No mais, mantenha a depilação em dia e se joga, baby... vai dar tudo certo.
Beijo pra ti.

Lili Cheveux de Feu disse...

mantenha a depilação em dia. anotado.
ui.

mas marcelo, jura que calcinha + shortinho atolados no rego e montando aquela almofada pra carimbo na zona norte está ok?

marcelo disse...

Lili, esse é exatamente o ponto. Não está pra você. Não está pra mim (cruzes, deusmelivreeguarde!!!). Mas está para ela, uai.
A pergunta é: o que é mais ridículo? Ela usar o modelito, ou não usar porque um monte de gente acha ridículo?
(afinal de contas... quem é ela???)

Solineuzza disse...

É a Luma de Oliveira.

Mas Marcelo, não dá, por esse teu raciocínio qualquer um pode usar qualquer coisa desde que ache que está bem. Só que eu não sou obrigada a ver essa velha de shortinho atolado no koo, com a calcinha toda suada marcando NO JEANS, compondo com uma blusa vagabunda com um nó nas costas!

Adelaide disse...

Ela bate um bolão sim, mas isso não a libera para usar este tipo de indumentária. Nem que tivesse 15 anos, muito menos aos 47.

Sim o filho já começou coma Nicole Bahls, que para mim é a continuação do reinado de qq maria chuteira do passado.

xxxxxxxxxxxxxxxxxx

Sozinha vc vai continuar sendo. Por opção mesmo. Você nunca foi e vai ser muito menos é solitária. O que muda é que o que vc faz ou pensa não atinge unicamente mais a vc.

xxxxxxxxxxxxxxxxxx

Eu não entendo o porque da independência emocional e o sozinha. Não entendo a relação. Se vc fosse um casal vc não teria independência emocional? Só perguntando...

Arabiane disse...

Ok, Marcelo, tu pegaste parte do espírito da coisa. Provavelmente vou fazer tudo que falaste mas, MAS, não posso fingir que não sei que tudo o que eu fizer vai se refletir nas escolhas do meu filho pro RESTO DA VIDA DELE. E não estou falando de escolhas estéticas, por que esse senso ele vai ter de sobra só com a Solineuza.

Tô falando de escolhas mais profundas, todo o tipo delas, desde como vou conduzir o relacionamento com a minha mãe (e por consequencia direta isso vai ditar como ele vai se relacionar com a vovó) até como vou conduzir minha carreira. Tipo, Brasília já abri mão e foi só por conta do bem estar dele. Tá me entendendo? Não é pesado isso, pra mãe que deseja e ama o filho colocá-lo em primeiro plano sai de forma natural. Mas é diferente de quando se é sozinha é só se pensa no próprio bem estar. Quem nega essa diferença e as mudanças que esse comportamento diferente, por mais natural que seja a mudança, faz na própria vida tá jogando sujeira embaixo do tapete.

Arabiane disse...

Não teria, amor. Casal implica necessariamente fazer concessões. Essa concessões podem ser mais ou menos traumáticas, mas a negociação esta presente toda a hora, desde onde ir para jantar até onde passar as férias ou que lado da cama dormir, onde guardar os calçados e etc. Se no dia a dia a negociação cotidiana é uma constante, imagina a negociação emocional que tu fazes toda a hora com o parceiro e contigo mesma sem te dares conta?

Quando a gente gosta de alguém negocia consigo mesmo toda a hora, inclusive. Por que o bem estar do amado passa a ser importante pra nós. Mesmo com amigos/irmãos. Se a Solineuza arrumasse um namorado que eu odiasse; iria engoli-lo bem quietinha enquanto ela estivesse envolvida, para não magoá-la. Essa é uma negociação comigo mesma que, neste caso, seria relativamente fácil por que a Solineuza é bem importante pra mim (e se trata, então o cara não ia durar muito).

A minha independência emocional, TÃO suada, está e vai ficar mitigada por um bom tempo por conta do Franco. Tem coisas que vou aguentar por causa dele e tem outras que eu aguentaria se fosse sozinha e não vou mais, por causa dele também.

Lili Cheveux de Feu disse...

É mais ridículo ela usar, né, Má? Muito mais. Por que eu acho que ter um pouquinho de noção não é nada ridículo. E não é questão de deixar de usar o que quer por causa da opinião alheia, mas para tudo o que e gente faz na vida é preciso usar um filtrinho... Acho ok ela usar um roupa xóvem aos 47, por que, realmente ela não está nada mal para 47. Mas calcinha e shorts atochado, com exceção do povo do funk, é meio que convencionalmente entendido como um treco de imeeeeeenso mau gosto.

Mas se bem que vindo dessa daí, das duas uma: ou ela é realmente tão sem noção a ponto de achar lindo, ou ela sabe que é péssimo e por isso mesmo faz questão usar para dar ibope.

marcelo disse...

Rose, eu parto do princípio de que todos nós conduzimos a nossa vida da melhor maneira que podemos, e da forma que achamos certo. Nesse ponto, quando se tem um filho, é só continuar no rumo, apenas com um pouco mais de cuidado, de reflexão (continue tendo tua vida sexual normalmente, mas evite as bofetadas ruidosas e sussurre os palavrões ao invés de gritar, pegou o espírito?).
Pra ficar no teu exemplo, teu relacionamento com tua mãe não tem que mudar, porque, em tese, ele já deve ser o melhor possível, o melhor que vcs duas podem ter. Mudar significaria o que? Você ou ela engolirem sapo? Sufocarem alguma mágoa? Agirem de forma artificial? Você acha que ele não vai perceber se alguma dessas coisas acontecerem? (claro, se vcs se detestam, e vivem às turras, evitem se estapear na frente dele, isso é óbvio, né).
Eu acho um risco muito maior abrir mão de nossa independência, de nossa individualidade, por menos que seja, porque a gente não sabe como vai ser lidar com a amargura e com a frustração daqui a quinze, vinte anos, justamente quando esses pequeninos pelos quais a gente está dispoto a fazer todas as concessões do mundo, vão nos decepcionar e nos ferir. Porque eles vão, não tenha dúvidas. E a memória da gente é uma coisa filha da puta que acaba selecionando exatamente aquilo que a gente quer deixar lá no fundo, só pra nos perturbar.
Pra mim, nada, mas nada pode contribuir mais para a formação de um adulto saudável do que perceber que ele tem pais felizes APESAR dele.

Quanto à Luma, honestamente, eu vejo coisa muito, mas muuuuuito pior, na rua, todos os dias. A roupa é horrível mesmo, mas não me choca. De verdade.

Arabiane disse...

é isso, meu caro. é bem isso tudo que tu dizeste.

marcelo disse...

Rose, essa conversa me deu vontade de ler Clarice Lispector e de ver Almodovar...

Marissa Rangel-Biddle disse...

Ai, ela só é cafona. Só isso. No Brasil é obrigatório ter uma mulher ter de pedir licença para sair com esta ou aquela roupa? Parece que sim, né. Deixa a moça para lá com as cafonices dela, com o filhinho feíssimo e bombadinho dela, com o outro super gordinho que deve sofrer o cacete por ter uma mãe que deve malhar e se controlar o tempo todo porque é só isso que ela tem para oferecer.


E se vc tivesse menina, Rose? Vc estaria preocupada com esse 'espelho'? Você tem a oferecer como modelo a sua criança um mundo rico mas não fica aí pensando que se vc falhar a culpa vai ser sua etc e talz. Quando a velhice chegar, vc não vai ter a mesma crise da Luma porque vc tem mais coisas que oferecer do que ela. Ela é limitada porque ela vende uma imagem que 'vai passar'.

Agora vamos deixar esse povo enlouquecer, vestir o que quiser, usar crocs e pintar o cabelo de roxo.

bjs

Arabiane disse...

Embora pareça, não é sobre estética que a gente tá falando, Mari. Não me parece que tenha muita diferença entre o comportamento que se espera de uma mãe de menino e de uma mãe de menina, por que para o primeiro ela vai servir de referência e para a segunda de modelo. Penso que meus questionamentos, se eu estivesse esperando uma garotinha, não seriam diferentes.

Eu não conheço a mulher e não sei o que ela tem a oferecer aos filhos, mas tenho todo o direito de afirmar que a acho mais do que cafona; a acho inapropriada. To me lixando pra vida dela e de seus filhos, o que me interessa é a minha e a do meu filho. É que essa fotografia despertou uma série de análises a respeito das consequencias que as minhas escolhas terão na vida do meu filho. Dona Luma significou só isso: o gatilho para uma sessão de análise.

bjs pra ti também.

********

Marcelo tu vais me matar, mas acho a Clarice tãooo triste.

Paulinha_SP disse...

Rose, ler Clarice agora vai ser muito triste mesmo. Amigo a bitch, mesmo, mas tem que estar bem, com hormônios controlados, o que a màe-natureza só vai te proporcionar de novo daqui a uns 5 meses, vai...
Sim, tua independência emocional vai para o buraco por uns anos (sendo otimista, na boa). Mas todas as mães que conheço dizem que vale a pena. (Não, retiro o que eu disse, não conheço nenhuma que tivesse a tal independência antes de ter filhos).

Paulinha_SP disse...

Ops, sobre a Clarice, quis dizer "amo" a bitch... É o cansaço, sorry.

marcelo disse...

Mari, vc é uma superstar. Paulinha vc é uma superstar também.

Não acho Clarice necessariamente triste. Algumas crônicas são. Outras não. Há muita coisa sobre a descoberta da vida, reflexões a partir pequenas banalidades do cotidiano, coisas ininteligíveis também.
Mas ok, talvez não seja mesmo a melhor leitura para quem está grávida. bjs.

Anônimo disse...

Eu acho que se ela tem um corpo legal , ela pode usar o que quiser, ela é linda! E o que os filhos dela irão fazer não depende dela, depende deles...