sexta-feira, outubro 8

desde a pouca idade.

eu canto jingles de campanhas políticas no chuveiro e me lembro quase que perfeitamente do jingle de um candidato a prefeito do ínicio dos anos 90.

o cara assumiu a prefeitura e, na imensa e tenra sabedoria dos 11 ou 12 anos, escrevi uma cartinha dando o maior esporro, com raiva e indignação por não termos reciclagem de lixo na cidade.

a secretária do homem telefonou na minha casa para marcar uma reunião comigo. fiquei nervosíssima, mas toda serelepe imaginando o que iria dizer pro cara, se o jornal da cidade estaria lá para tirar uma foto minha com ele...

não sei bem com que tipo de receio, a mãe não quis me acordar no dia da reunião. não quis que fôssemos.
fiquei arrasada. telefonei para a secretária pedindo desculpas e perguntando se não dava para marcar num outro dia. "o senhor prefeito é um homem muito ocupado" e a tal reunião nunca aconteceu.

sempre me lembro desse evento e hoje agradeço à minha mãe por não ter me levado à prefeitura. talvez se eu não tivesse sofrido a frustração, a lembrança de tudo não estaria tão viva na minha memória. e eu gosto muito de ter essa lembrança pois, mesmo não sabendo ao certo qual foi a motivação para escrever a tal cartinha, vejo que as minhas dores com o mundo estão aí faz é tempo e eu me orgulho mundo delas, mesmo sofrendo tanto.

Um comentário:

O Mordomo disse...

Eu sempre desconfiei que atrás da carabina se esconde uma Mme Lili sensível [antônimo de insensível e não sinônimo de delicada], doce [esse sim, sinônimo de delicada] e corajosa.

Desculpe.