Depois da uma tentativa frustrada há duas semanas, onde fui delicadamente avisada pelo cara da bilheteria do Cinemark que “as sessões naquele dia haviam sido canceladas devido a uma falha na projeção”, ontem, novamente, tentei assistir a O Grande Truque.
Saio às 17h do trabalho é perco o ônibus. “Tudo bem, a sessão é às 18h20, dá tempo de tomar um outro”. Desço alguns quarteirões até um outro ponto de ônibus e pergunto a um casal se eles conhecem alguma linha que segue diretamente ao Shopping Dom Pedro – onde pretendia assistir ao filme.
“Sim moça, tem o 171 que vai direto e passa logo ali do lado. Veja tem um parado no semáforo, corre lá!”
Corro feito uma louca e tomo o tal do 171. Deveria ter desconfiado deste número, certo? Pergunto ao motorista se ele vai direto ao Shopping e “olha, moça, direto direto ele não vai não”, “mas demora muito moço?”, “lá pelas 18h20 a gente chega lá”, “MAS ÀS 18H20 NÃO PODE, MEU FILHO! ASSIM EU PERCO O FILME!!!”.
Depois de conhecer dois bairros inteirinhos e roer quatro unhas dentro do ônibus, resolvo descer no centro da cidade e pegar um outro ônibus qualquer para um outro Shopping – aquele que havia cancelado a sessão no outro dia – e me arriscar a pegar uma sessão.
Tomo o 385, passeio mais uma vez por um bairro inteiro e chego ao Shopping Iguatemi por volta das 18h30. Corro pelo shopping - que não tem escadas nem banheiros e que é tudo caro e que eu detesto - chego à bilheteria e pergunto o horário da próxima sessão para O Grande Truque com um ar de ‘vai-ter-exibição-nééééé?’ no que a moça responde que às 19h25 tem uma.
Compro um ingresso e tomo-o nas mãos com todo o cuidado. Guardo-o na bolsa num lugar bem seguro e me lembro da Jojo protegendo os ingressos do Los Hermanos com a própria vida. Foi bem assim, com o coração palpitando e com medo de morrer ou ser assaltada ali mesmo.
Espero os minutinhos que faltam e de dois em dois segundos abro a bolsa esegundos abro a bolsa e confiro se o ingresso está bem.
Às 19h10 entro na sala de exibição, um pouco nervosa, pois já tinha um movimento de pessoas indo em direção a sala 3. Sigo o povo, preparando a histeria caso não conseguisse uma boa poltrona para me sentar. Sala bem vazia, graças a Deus!
Sento e espero. 19h20, 19h25, 19h30, 19h35... Um casal que estava perto de mim começa a conversar “mas o que será que está acontecendo?, não era às 19h25?, será que teve algum problema?, já está atrasado!” e a esta altura eu já estava quase chorando. De repente apagam-se as luzes e começam os trailers... Sim, os trailers, com uns três metros de cortina encobrindo os topos das cabeças do povo em Babel, O Ilusionista, 007... “Eu não acredito! Puta-que-pariu! Que merda de cortina é essa?”. Estava suando frio e já tinha tirado a bunda da poltrona a fim de descer até a entrada da merda do Cinemark e dar barraco com o primeiro cretino uniformizado que aparecesse na minha frente, quando um bendito incompetente aparece à porta da sala demonstrando, com uma cara de espanto, ter descoberto a cagada que fez ao descer a cortina.
Bem no finalzinho do último trailer a cortina subia, eu voltava a respirar normalmente e os créditos iniciais já anunciavam The Prestige. Três horas depois eu, finalmente, podia dizer que assisti O Grande Truque. E dizer que amei tudo, e que os irmãos Nolan são uns caras bem fodidos de bons! E que o Bale, o Jackman e o Bowie – Deus do céu! O Bowie – são maravilhosos e perfeitos!
Flimaço, devidamente conferido e recomendado.
E hoje começa a minha saga para Fonte da Vida.
Amém.
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