Solineuza informa que New York tá bombando. Imagino o que ela não deve estar fazendo nos provadores das lojas phenas... Adelaide informa que não vai acordar de madrugada em Bagé, conforme ela mesma havia sugerido, para chegar em Gay Harbour a tempo para o almoço. Aposto que foi Carminha, a irmã santa que ele arrastou pressa indiada, quem colocou juízo na cabeçinha de pica-pau oca da loiragorda.
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Ficar e permanecer amiga dessas duas mongas é uma das cruzes que eu carrego.
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Ontem a manicure me tirou da cama às 2hs por que a filhinha de 3 anos sentia dores na barriga e tinha muita febre. Atravessei a cidade, me enfiei num bairro barra-pesada e fui buscá-las para levá-las ao hospital. Não tinha ninguém, nenhuma criança, zero pessoa para ser atendida na ala do SUS do Hospital Santo Antônio da Criança. Ninguém, além de nós.
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Duas horas e meia depois, precisamente às 4:47hs, o plantonista do SUS fez a gentileza de vir falar conosco. Claro que Rose Foncee já tinha ido checar e descobriu que na ala dos convênios tinha uma menina fazendo nebulização de 30 em 30 minutos e um bebê de 14 dias que fora baixado. O plantonisca estava dentro do hospital.
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Nada, absolutamente nada justifica deixar uma criança doente esperando atendimento por duas horas e meia, em plena madrugada fria de inverno, se não haviam outras crianças doentes na fila de espera para serem atendidas primeiro.
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Cada vez que os senhores bebem leite, tomam um ônibus, ligam o interruptor de luz ou fazem qualquer outra atividade que não seja respirar, os senhores estão pagando o meu salário. E o salário dos plantonistas do SUS.
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Tudo isso é pra dizer que se o pessoalzinho chaaato e cafona do judiciário se acha Deus, os médicos tem certeza que são os mais próximos disto, seja lá o que isto signifique.
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Falando em Deus, sonhei que estava grávida e sentia muito enjoo (oi?), daí fui atendida pelo Foreman e depois Chace foi me informar que o diagnóstico era doença auto-imune. Grávidez como doença auto-imune e a médica-da-cabeça em férias! Ganha uma bala quem adivinhar a reação da pessoa.
quarta-feira, julho 28
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6 comentários:
querida o sus é uma m...por mais q se esforcem os planr=onistas não tem o que fazer...e espero ardentemente q deus exista e eu(tentando ser egoista) ganhe um PRESENTE DIVINO. Sabes quem sou
e tu nao deu um barraco? duvido.
Yeap, I know who you are, bitch! Mas neste caso, foi descaso e nada mais. Foi. Eu fui conferir.
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Não fiz bafão, ruiva. Pedi com toda a educação todas as informações enquanto esperava. O problema é essa minha maledeta voz de comando, que quando estou irritada, se acentua. Mas a pessoa trabalha no caso há anos e seguirá fazendo-o...
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Aninha, depois desse sonho te parece que é o caso de trocar?! Acho que não, né. Por enquanto, não.
Rose, a verdade é que imbecilidade, pobreza de espírito e complexo de inferioridade não tem profissão nem área de atuação preferenciais não. Médicos, procuradores, funcionários públicos, jornalistas, políticos, "doutores" em geral, se aproveitam de um status profissional, de um cargo de gerência, de alguma espécie de poder sobre algum tipo de situação, para se auto-afirmarem, pra descontar a merda de vida pessoal que provavelmente têm, pra se vingar do sucesso de alguma outra pessoa, pra extravasar a inveja do vizinho, etc.
Eu, que sou servidor público, pra não correr o risco de perder o foco, de vez em quando dou uma volta a pé pelo centrão, pego um ônibus cheio, atravesso pelas passarelas imundas, malcheirosas e abandonadas pelas administrações, exatamente pra não esquecer de onde vem o meu salário, pra não perder de vista quem me paga, sabe... Mesmo sendo um bom funcionário, um bom cidadão e fazendo valer direitinho cada centavo que recebo, eu juro que me envergonho e me sinto culpado. Acho que todos os "doutores" deveriam fazer isso de vez em quando. Faz bem.
Fiquei um pouco espantada com o marcelo se sentindo culpado.
Não se sinta culpado, marcelo. Vc provavelmente faz o melhor que pode, todos os dias. E é isso aí. Se todo mundo fizesse o melhor possível todos os dias, ah que maravilha viver, né mesmo?
Olhassó: atender público não é bolinho.
Falo com muita tranquilidade: faço o melhor que posso. E quando as pessoas abusam - porque elas abusam. ah. abusam. vá trabalhar no atendimento pra vc ver. - respiro fundo, peço para aguardar um pouco e me reporto à chefia para atender a pessoa. Porque se eu continuar atendendo, não vai prestar.
Tem bastante gente que vem fazer terapia do grito nos balcões da vida. Não importa o quanto vc seja simpático e procure resolver rapidamente o problema da pessoa, ela precisa EXTRAVASAR. Daí digo pra pessoa EXTRAVASAR na Corregedoria, que foi quem criou as regras contra as quais ela está se insurgindo de forma tão alterada. Vc acha que elas, de posse dessa informação, vão EXTRAVASAR na Corregedoria? Of course not.
Então que às vezes é muito complicado. Então que não tem preto nem branco, só infinitas gradações de cinza. E daí quem vai no SUS e fica quarando horas por causa de um médico que sabe-se lá por que diabos não está fazendo seu trabalho, depois chega no balcão onde eu e trocentas outras pessoas trabalham e surtam loucamente. Pessoas essas que nada têm a ver com o pastel.
Se eu fosse abnegada, faria como disse minha irmã: "oferece o sacrifício para as almas do purgatório". O problema é que não acredito em almas, sacrifício ou purgatório.
Eu trabalho na assessoria de um político e, por tabela, de um ministro e posso dizer que muitos deles são piores que os atendentes do SUS. Eles discursam sobre algo que eles não conhecem e se mantem como estrelas, sem entender que eles não trabalham para o partido deles e sim para o povo brasileiro.
Não quero sucitar debate político, mas já ouvi dizer que um dos candidatos a presidência tem pavor de gente. Já me disseram que, quando ele era ministro, ele só caminhava pelos corredores do ministério depois de alguém assegurar que não havia ninguém no corredor. Fiquei sabendo de outro episódio em que o elevador exclusivo para ministros e secretários estava com problemas e ele teria que usar o elevador comum. E, por isso, ordenou para não deixarem ninguém entrar no ministério enquanto ele não chegasse e usasse o elevador. O pior é que era dia de chuva e ele acabou levando uma grande vaia dos servidores.
Quer descaso maior?
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