Há algumas coisas que ainda me incomodam e que eu ainda não tenho uma opinião 100% formada sobre tudo o que aconteceu neste país nos últimos dias.
Claro que o movimento é legítimo. Claro que o movimento é necessário. Claro que a PM (ou a tropa da choque) teve uma atuação mal conduzida e violenta. Isso é o óbvio.
Coisas que eu não entendo e que ainda ninguém conseguiu me explicar de maneira coerente:
- A PM é do estado e já me explicaram que ela é serve primariamente para proteger o cidadão. A guarda civil sera do munício e para proteger o patrimônio. Mais ou menso assim. Mas qual a imposição que o estado pode ter sobre o município? O Estado ( Como PSBD em SP) pode simplesmente colocar toda a PM e decidir a estratégia, sem nenhuma participação do município (PT em SP), ou eles estão juntos reunidos nessa cafajestagem toda?
- A coragem dos manifestantes é enorme. Na quinta feira eu estava perto das movimentações. Fiquei meio de longe, curiosa. Vai que desse coragem de entrar. Gente, barulho de bombas ( que eu acredito serem as de gás lacrimogênio) e alguns sinais luminosos ( que eu não sei o que eram), são assustadores.
-Por que algumas pessoas vão às ruas (ou no FB) para pedir liberdade de expressão e essas mesmas pessoas dizem: Pagaram uma fortuna para ir vaiar a Dilma, bando de hipócritas. Ou como você pode falar sobre isso se você nem pega ônibus? Ou seja, eu quero uma liberdade de expressão, desde que seja a MINHA? Se eu quero liberdade de expressão, não deveria ser liberdade PARA toda expressão? Ninguém pode discordar? Essa é uma birra minha forte sobre o que as pessoas chamam de liberdade de expressão. Você pode não estar certo, mas você pode sim falar e, através do diálogo, surgir com algo melhor. As opiniões mudam, mas certamente elas não mudam com nenhum tipo de ataque. Sobra muita vontade para pedir liberdade de expressão. Falta muita vontade para respeitar opinião alheia.
-Sexta feira essa cidade parou. Mas parou de verdade. Levei 2 horas para vir do aeroporto. Normalmente eu levo 20 minutos. E não tinha nenhum tipo de manifestação programada. Talvez uma que outra menor. Mas mesmo assim a cidade parou. Como é que alguém ainda pode achar que transporte público não e a solução? Tem que tirar carro da rua. De algum jeito.
-No meio das notícias todas, ficou perdida uma nota de que a Petrobrás foi impedida devido a dívidas de participar de leilões do pré-sal e blá, blá, blá e de IMPORTAR PETRÓLEO E GASOLINA. Todo mundo sabe que embora tenhamos reservas, a gente ainda não tem autossuficiência de produção, por motivos técnicos e de infraestrutura. Com os ânimos tão exaltados, se faltar gasolina no mercado, os preços vão aumentar pela relação da oferta e da procura. Alguém imagina o caos que seria isso acontecer agora?
-Entendo que a manifestação é apartidária. Mas cadê os políticos se posicionando? Pra gente pode entender bem quem está nessa e quem não está.
-Quero ver alguém ter coragem de dizer que brasileiro anda satisfeito e feliz com tudo o que tem acontecido. Mas quero ver é quem vai estar aí pra gente conseguir votar. Não acredito num grande candidato para presidente ou governadores. Serão as mesmas figuras de sempre. Mas se a gente conseguir mudar ao menos as Câmaras, será um grande início.
No mais, que ótimo ver tudo isso. É assustador, na verdade, porque é uma mudança e fazia muito tempo que não havia tanta gente em torno de uma mesma causa. Ou de muitas, não?
Bora que hoje tem mais uma. Que seja mais pacífica que as anteriores (aqui em Sampa ao menos, porque teve cidades onde deu tudo certo).
segunda-feira, junho 17
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2 comentários:
Olá!
Respondendo à um de seus questionamentos:quem dá às ordens aos policiais militares é o governo, eles são funcionários PÚBLICOS ESTADUAIS. O governador dá a ordem ao secretário de segurança, que repassa ao comandante geral da polícia militar do estado e que repassa aos comandantes de cada batalhão. os policiais são meros peões neste jogo de xadrez podre e corrupto que é o governo brasileiro.
Dá uma olhada neste relato: http://www.youtube.com/watch?v=4olvXLe6fhI
beijos
Pri
Pri, mas o município não pode dizer NÃO a isso? isso me intriga
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