quarta-feira, outubro 24
O Rio de Janeiro continua sendo...
No último fim de semana fui ao Rio e passei dois dias deliciosamente despretensiosos. Não tinha planos, só visitar família e amigos, e ficar um tempo sem fazer nada, fazendo o que desse vontade. Muita caminhada no calçadão, muito choppinho em boteco de beira de calçada, muito petisco, ótimos encontros com gente querida, foi muito bacana. E bem no último dia o mais gostoso de tudo: o choppinho de despedida à noite, no Belmonte de Copacabana, acompanhando aquela tradicional pizza de botequim, que a gente só encontra no Rio de Janeiro. Massa borrachuda, sabores básicos, tipo presunto, calabresa, catupiry, atum e etc...
Muito se propala que as pizzas de São Paulo são inigualáveis. Concordo. Ambientes bacanas, forno de lenha, massa assada à perfeição, coberturas sofisticadas, receita italiana, as paulistas são imbatíveis. Mas paradoxalmente, as cariocas também não encontram par - zero frescura, massa comum, cobertura comum, um tiquinho borrachudas, simples, fartas, honestas. Carioca não sacraliza pizza - é um mata fome como outro qualquer, um acompanhamento como qualquer outro para o verdadeiro astro das mesas e balcões de qualquer birosca da cidade - o chopp, sempre gelado, bem tirado, com a espuma no ponto certo, refrescante e delicioso. Uma ode ao bem viver. Uma verdadeira instituição do Rio de Janeiro.
Mas voltando à pizza - a da nossa despedida do Belmonte chegou quentinha, cortadinha à francesa, com calabresa e azeitonas, para ser comida como aperetivo - bem ordinária, bem gordurosa, muito mais barata do que a média que a gente paga em outras cidades. E para coroar, a suprema heresia carioca - junto com a redonda, chega à mesa o tubo vermelho de catchup, que eu escolhi para ilustrar esse post. Porque carioca que é da gema mesmo, não dispensa o catchup na pizza. Não combina, não se explica. Mas é assim que eles gostam, e pronto.
É como se dissessem atrevidamente - Isso aí não é caviar. E isso aqui não é bistrô chique. Deixe suas frescuras para outros ambientes, porque aqui, em um boteco qualquer do Rio, você veio para relaxar, tirar as havaianas, falar sobre o último capítulo da novela, socializar com o pessoal da mesa do lado, ser feliz e voltar trocando as pernas pra casa. Espalhe bem o catchup por cima do queijo, e aproveite pra forrar o estômago. Vai mais um chopinho aí?
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7 comentários:
Aqui em Belém a gente só come pizza com katchup e maionese.
nossa... jura? nas minhas idas e vindas ao rio, aprendi que os cariocas jamais colocam catchup em pizza. quase fui linchada quando ameacei fazer isso. rs.
Colocar catchup é um atentado. Quase tão grave quanto quebrar o macarrão no meio (antes de cozinhar, ou cortar com faca depois de cozido).
Olha, fico pra morrer de raiva.
E se eu cozinhar e a pessoa colocar catchup ou cortar a massa com faca, eu fico com desgosto e não convido mais. E tenho dito!
Mme Fonceé sabe, como poucas, admirar o que não tem gramuh.
Qualquer hora vou organizar um churrasco e fazer um molho de churrasco inigualável, e te convidar. Muita linguiça toscana, asinha, espeto de queijo qualho, costela [sim!], cupim, e uma picanhazinha que ninguém é de ferro. Farofa, mandioca, vinagrete e, pra quem quiser, pão francês. Simples, farto, saboroso. E beber até arrastar a bunda no chão.
Vamo?
Mordomo, isso é um churrasco de verdade!!! Vamo sim, querido, é só marcar! Amo churrasco de costela, e nem faço questão da picanha, viu!
Acho que esses churrascos frescos, com churrasqueiros e garçons tão bizarros quanto pizzarias chiques com jeito de restaurante francês. Não combina, né.
Quando quiser, me fale que combinamos tudo e organizamos juntos, vai ser ótimo, e de quebra ma-ta-re-mos Lilibeth e Adelaide de inveja!!
Eu com inveja de vocês comendo churrasco? Mas quando?
Quando estivermos saboreando o vinagrete, ora.
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