Vamos acabar com o samba... pra que discutir com madame?

10 motivos para amar Insensato Coração

- O ritmo da novela é óitmo. Várias situações se resolvem rapidamente, as tramas não se arrastam, não existem persongens sobrando ou esquecidos. Há tramas inverossímeis, é claro, e acho isso ótimo. Assassinatos, fugas impossíveis, acidentes, são elementos de ficção - se fossemos nos ater à vida como ela realmente é, novelas não passariam de uma sucessão de encontros rápidos na hora do almoço, de gente reclamando do trânsito e de diálogos superficiais (como são, aliás, as chatíssimas histórias de Manoel Carlos, que consegue a façanha de transformar o Leblon no bairro mais "boring" do planeta... ).

- O casal Raul/Carol (Fagundes/Pitanga) ilustrou, como poucas vezes visto, um fim de caso maduro, civilizado e tocante. Cheio de dor, mas sem mágoas, ressentimentos ou troca de acusações. Uma historia construída sobre honestidade e companheirismo, vivida por personagens adultos, de bom caráter e alma generosa, bonita e sensível até o final. Um bálsamo. Aplausos.

- O grande vilão é um homem. Leo já levou uns socos do irmão, e parece que ainda vai apanhar mais e ser bastante humilhado. Já estava passando da hora de mulher parar de apanhar no horário nobre, viu. Todos nós temos a nossa lista de vilãs que adoramos odiar, já perceberam? E o momento de catarse é sempre a surra merecida contra a malvada. Mas sempre mulheres, né... os homens pra cadeia, as mulheres sendo espancadas, agredidas, humilhadas, e como são pérfidas e as surras são merecidas, a gente vibra e a audiência sobe. Mas o subtexto machistazinho tá lá fundo, né... as vadias, as cachorras, tomando o que merecem... é bom ver que também existem ordinários, vermes e salafrários machos e ver os bandidos levando uns murros também. Demorou.

- Grandes atores e atrizes brilham em papéis secundários. Ana Lúcia Torre e sua deliciosa Tia Neném, Rosi Campos, Bete Mendes, Lázaro Ramos, Isabela Garcia, Guilherme Piva... uma sucessão de bons momentos e excelentes atuações.

- E falando nisso, o que é a Eunice, de Deborah Evelyn, e suas tentativas insanas de entrar para a "elite carioca" minha gente? Personagem que tinha tudo para ser pesadíssima, mas que acabou sendo uma das mais divertidas da novela. Pra mim, é o papel da vida da Deborah. E agora então, engatando um amor bandido em quarto de hotel barato da Lapa... adoro!!!!

- Hugo e Eduardo. Nem sei o nome dos atores, mas acho a historia dos dois uma graça. A angústia de se auto-descobrir, a "saída de armário", o surgimento gradativo da amizade que vai evoluindo aos poucos para uma bela história de amor, tudo tão delicado, tão sensível. Dois fofos.

- Glória Pires. Que atriz! Que show! Tudo bem que ela pegou a melhor personagem da novela, disparado, mas a maneira que com ela está vivendo cada fase, da auxiliar de enfermagem pobre, ingênua, passando pela presidiária e agora viúva negra milionária, é memorável! Já aguardo com ansiedade os próximos passos e fico aqui imaginando qual será o final de Norma, que é tão diferente de tudo o que já vimos antes, e tão difícil de julgar ou de categorizar (fala sério, você classificaria Norma como vilã? como heroína? acha que ela merece ser punida ou se dar bem? é muito difícil chegar a uma conclusão, muito difícil...)

- Muitas cartas na manga. A gente sabe mais ou menos o que vai acontecer nas tramas principais, mas há personagens e e histórias que ainda são incognitas e que certamente ainda vão dar o que falar... Vinícius não entrou para a família de Oscar e Gilda à toa; o bandidão Ismael também não voltou por acaso; são muitos ganchos para muitas surpresas que certamente virão...

- Ninguém retrata o Rio de Janeiro como Gilberto Braga. As pessoas vão à praia, frequentam o bar da rua, praticam esportes... a cidade realmente faz parte da novela. Sempre dá vontade de ir correndo pra lá, encontrar algum amigo em um quiosque no calçadão, dar uma caminhada na Lagoa, fazer algum programa bacana em algum centro cultural...

- E, claro, né... homens interessantíssimos, de todas as idades, para todos os gostos. Como o guapo Marcelo Valle, o Júlio, que, de quebra, é todo boa praça, e ainda promete uma grande virada...

Bom ele, né?