Mas o que me chamou mesmo a atenção hoje, na leitura do blog do Katsuki não tem nada de frescura e savoir vivre, amores... mas sim, os preços estratosféricos que temos pago por tudo aqui no Brasil. Bares, restaurantes, parece que todo mundo perdeu a mão e enlouqueceu de vez. Na foto acima, a addition mostra o valor de uma taça de petit chablis (suspiros): 4.70 euros, algo em torno de R$11.00. Aqui, uma taça de vinho não identificado não sai por menos de R$17.00 em qualquer restaurante mais ou menos. Uma refeição completa no L’Ardoise, bistrô da moda em pleno Louvre, sai por 35 euros (por refeição completa entenda-se, normalmente, entrada, prato principal e taça de vinho. Água é oferecida em jarrinhas como cortesia ao cliente e dependendo do lugar o couvertzinho de pão quentinho com manteiga (mais suspiros) também não é cobrado). Aqui, tem muito lugar que já está tendo o displante de cobrar R$80.00, R$90.00 por um prato à base de carne. E são lugares, em sua grande maioria, amadores, com serviço sofrível, instalações mais ou menos, muitas vezes sem a menor condição de atender bem ao comensal. Muita presunção e pouco profissionalismo. Sentar em qualquer botequim para uns chopes com aperitivos já significa, fácil, fácil, uma continha de mais de R$ 50.00 por cabeça. Claro que não estou falando de restaurantes top, de chefs estrelados, que são caros mesmo, e nem de restaurantes self-service, populares, que quebram o maior galho no dia-a-dia (e mesmo esses já estão pela hora da morte, vamos reconhecer!). Me refiro a bons restaurantes, de boa comida e que deveriam ter preços mais honestos. É inacreditável, mas uma refeição de sonho em Paris está saindo mais barato do que um PF no Brasil.
Pode? Não pode, né gente...
6 comentários:
Olha Rose, mas não é só na comida que o Brasil é mais caro não. Roupas, acessórios, produtos de beleza... acho que a única coisa que no Brasil é mais barato é sapato de qualidade... aqui em Londres, pelo menos, paga-se uma nota por sapatos bons... mas acho que não demora muito para o Brasil superar...
Concordo em parte.
Deixa o trabalhador que ganha um salário mínimo com serviço pesado e suado ler isso! rs
Eu entendi o recado e partilho a opinião dos valores abusivos e até mesmo não condizentes com o "produto"! Mas talvez isso comece lá nos impostos altíssimos...
Só acho um "pouquitinho" fora da realidade dizer que uma refeição de sonho em Paris é mais barata que um PF (possível encontrar por 6, 7 reais.
Gilda, tentei comparar coisas que deveriam ser mais ou menos semelhantes, que em tese deveriam ter o mesmo padrão. Eu restaurante executivo aqui, um bistrô lá, mais ou menos... o equivalente ao nosso PF de 6, 7 reais (não sei onde você mora, mas já faz muito tempo que eu não vejo absolutamente nada por menos de 10 reais e olha que não sou fresca não, viu... faço as refeições em qualquer lugar e encaro qualquer botequim feliz da vida), na França, seria uma boa baguette, reforçada, com uma enorme variedade de recheios, que a gente escolhe no balcão mesmo e sai comendo... sai por uns 2 euros.
Acho que o trabalhador que faz serviço suado e pesado e ganha salário mínimo deveria se sentir tão ou mais indignado que eu (e não comigo), afinal de contas, para ele a coisa é mais difícil ainda. As coisas são caras principalmente para ele. Tomate tá a 3 reais o quilo no supermercdado, amiga (!) e um franguinho congelado que mal dá pra uma família de 3 bocas não sai por menos de 10! A coisa não tá fácil mesmo, e tenho convicção de que não estou exagerando.
Eu sabia que um post comparando preços daqui com Paris poderia acabar soando pedante, mas quis fazer assim mesmo, porque esses valores são valores que saltam à vista, e se é assim com bons restaurantes, também é em todo o resto, como bem disse a Dedé.
Os impostos podem até ter uma parcela de culpa sim, mas não creio que sejam os únicos vilões, pelo menos no caso dos restaurantes. Talvez a coisa também passe por nossa mania de porções "generosas", em que metade do que te é servido vai para o lixo depois, nossa cultura do desperdício, o fato de que ser "chef" agora virou modinha e um monte de pós-adolescentes resolveu abrir seus "bistrozinhos contemporâneos" (aarrrgghhh!!!) sem a menor estrutura, planejamento ou condições de atender bem o cliente, a cultura de consumidor no Brasil ser tratado como capacho, das pessoas terem vergonha de reclamar quando são lesadas, e por aí vai... assunto para muitos posts...
Depois me passa o endereço do PF de 6 reais, Gilda!!! Prometo que se estiver geograficamente ao meu alcance vou experimentar, e obrigada pelo comentário e pela oportunidade de continuar debatendo o assunto.
Beijos, e apareça sempre.
BH. Pior é que é super possível e nem tô falando de restaurante pop!
Eu concordo & etc, só não tanto com a forma como foi colocado ali embaixo, sabe? Mesmo considerando que não era ao pé da letra!
Eu ainda acredito que o trabalhador não acharia lirismo nenhum nisso apesar de você escrever bem, ser articulada e quase convincente (sou teimosa haha).
Gilda, se eu continuar com esse assunto vou ficar parecendo aquelas loucas do movimento "Cansei!" que ficam reclamando da fila no estacionamento do Iguatemi, da impossibilidade de andar de Rolex pelos Jardins, do preço absurdo do Chablis nas boas importadoras e do aborrecimento que é ter que pagar salário mínimo e assinar carteira para a babá das crianças.. hahahahahahaha.
Deus me livre, amiga. Deus me livre!!
Você entendeu o que eu quis, dizer, não é? Isso é que é importante!
Beijos!
Não é à toa que tem a máxima "cada cabeça, um guia" ou algo do tipo, né? Imagine o tédio se todo mundo dissesse amém pro outro? SO BORING.
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