quinta-feira, fevereiro 24
Mrs Dalloway said she would buy the flowers herself
Mrs. Dalloway , de Virginia Woolf, é um dos grandes livros de todos os tempos. Incrivelmente simples.. um dia na vida de uma mulher, preparativos para uma festa, a vida simples e cotidiana na Londres do início do século XX. Mas a vida que é simples na sua superfície nunca é nas nossas profundezas. E ao mergulhar no interior de Clarissa Dalloway, nos vemos face a face com as grandes questões femininas que nos acompanham vida afora...
O romance foi o tema de outro, bem recente; "As Horas", de Michael Cunningham, que por sua vez deu origem ao filme de mesmo nome, tão excepcional quanto o romance. Virgina Woolf, a escritora, vira personagem, e se já conhecíamos a grande novelista, passamos a conhecer também a grande mulher. Léguas à frente de seu tempo, léguas. Aliás, ela estaria à frente até hoje. Revolucionou o romance, criou personagens e situações inesquecíveis, e trouxe à tona, quase profeticamente, as grandes questões que marcariam todo o século XX. Ao contrário de Clarissa, Virgínia não teve como conter a enormidade que guardava dentro de si e, acometida por crises depressivas, se matou aos 59 anos. Sua carta de despedida ao marido, Leonard, é de uma lucidez intraduzível. Ela sabia que "era muito, muito perigoso viver, por um só dia que fosse..."
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6 comentários:
Dizem que Caio F. acendia uma vela para Virgínia W. sempre que escrevia.
A julgar pela qualidade de tudo o que o Caio F. escreveu, Gilda, só podemos concluir que ele estava certíssimo ao fazer isso... hehe.
O incrível é a relação que existe entre "Mrs. Dalloway" e "As Horas". A primeira vem do próprio nome: o primeiro título de "Mrs. Dalloway" era "The Hours".
Depois, existem alguns personagens muito próximos. Por exemplo, o Septimus guarda alguma semelhança com o personagem do Ed Harris e a Mrs Dalloway alguma semelhança com a personagem da Meryl Streep, que também se chama Clarissa. Se a gente prestar bem atenção, existem semelhanças também entre a própria Virginia Woolf e a Clarissa. Principalmente esse questionamento sobre "viver ser perigoso".
gente, eu tenho medo de Virginia Wolf. Preciso de uma fluxetina antes de reler
Que triste a carta de despedida... mais ainda por ser tão lúcida! Uma mulher e tanto!
Rose, vou ler!
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