O dia amanhece escuro, e as luzes da casa tem que ser acesas, quase às 8 da manhã.
Lá fora é tudo cinza. Não há aguaceiro, mas está tudo molhado. Ensopado. A umidade penetra através das roupas e temos a sensação que ela chega até os ossos.
Não há a beleza das grandes tempestades. A dramaticidade dos raios riscando o céu, as trovoadas, as mudanças bruscas de cores no horizonte, com nuvens cinza-chumbo bem demarcadas, riscadas por um laranja eventual, promentendo nos devolver o azul tão logo o cinza se desfaça em água.
Não, a chuva de hoje é daquelas mansas, contínuas, enlouquecedoras. O céu é inteiro cinza-pálido até onde se pode enxergar. É daquelas chuvas que não nos permite esperar passar. Que vai molhar as nossas meias, nos deixar desconfortáveis, causar acidentes de trânsito, engarrafamentos, transtornos. Chuva melancólica, que traz o cinza pra dentro da gente, que retira todas as cores do mundo, que encharca o asfalto, os gramados, as pedras, tudo. Que nos avisa, a cada minuto, que não vai embora tão cedo, não agora, não daqui a pouco, não mais tarde, não nas próximas horas, não hoje.
Eu detesto dias de chuva.
5 comentários:
Existe estudos sobre a depressão dos dias fechados e tal.
Ah, JM... pois eu, depois de umas horinhas de futton/sofá, ou de um tempinho de preguiça na cama com meu amor, gosto mesmo é de abrir a janela é dar de cara com um céu bem azul, de preferência acompanhado de um ventinho fresquinho de todas as cores a que eu tenho direito... tão bom!
Gilda, se quiserem aprofundar os estudos, juro que me candidato como voluntária! Impressionante como me afeta, não é pouca coisa não.
Eu AMO dias de chuva. Na infância quando o dia era assim, escuro, chuvoso, friozinho, papai nos deixava faltar à aula. Era uma tarde gostosa de colchão no chão da sala e bolinho de chuva, desenho na tv, brincadeiras e sonecas. Até hoje dias de chuva me trazem esse gostinho, essa sensação boa.
Tbm odeio. Principalmente se chego com os pés ensopados no trabalho, como aconteceu hoje.
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