Dançarino Kazuo Ohno, mestre do butô, morre no Japão

Não tive oportunidade de vê-lo ao vivo, mas conheci o trabalho do seu seguidor Tadashi Endo, que também é impressionante, diferente de tudo o que já vimos em dança/teatro/exploração da expressão física.

"A expressão marginal, que surgiu no Japão logo após o grande baque da 2ª Guerra, recuperava tradições milenares do país e absorvia influências de diversos movimentos artísticos de vanguarda, como o surrealismo e o expressionismo alemão. Mostrado ao público japonês pela primeira vez em 1959, com o espetáculo Kinjiki, o butô chocou ao resvalar em temas como o sexo e a violência.

Não por acaso, o estilo ganhou o nome de Ankoku Butoh, que pode ser traduzido como dança da escuridão profunda. "Kazuo tornou-se sinônimo de butô e fez o butô varrer o mundo. Dedicou-se a nos mostrar como as trevas se comunicam com a luz e a apagar os clichês que nos impedem de ver melhor quem somos e o mundo em que vivemos. Essa é uma tarefa sem fim. Por isso, ele não finda também", comentou a crítica do Estado, Helena Katz."

Para quem nunca viu, fique de olho em Tadashi Endo - que vira e mexe está no Brasil - para conhecer um pouquinho do trabalho do mestre Kazuo Ohno.