O Brasil deve incluir crianças em duas novas modalidades olímpicas em 2016: arremesso a distância e tiro ao alvo com agulhas.
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O que podemos esperar de uma raça que não sabe sequer caminhar em grupo sem se trombrar, que não tem noção de vida em sociedade? Equilíbrio e responsabilidade na formação de novos seres humanos? Propósito e bom senso na "linha de reprodução"? Como já disse aqui no blog em outra ocasião, não vejo nos pais, em sua grande maioria, algum propósito no "vamos ter um bebê". Me parece um simples reflexo condicionado, como se fosse um "vamos beber uma cerveja". E se não for por reflexo, é por vaidade ou crise de amnésia: "putz! esqueci a camisinha". Não sei se há escondido aí algum instinto de preservação da espécie. Não acho que ainda conservemos isso em nós.
É difícil nesta situação julgarmos a atitude de uma mãe, de um pai, de um padrasto que segue o rumo de todo o mundo. O rumo do nascer, crescer e reproduzir-se indiscriminadamente. Tenho conhecidos [todos devem ter] que já confessaram ter ficado por um segundo de espancar um filho, ou até jogá-lo pela janela. E o que nós vemos de mini-humano-mal-criado por aí, não está no gibi. Não estou tentando isentar a culpa dos agressores mas, a falta é realmente deles?
Não enxergo uma solução para estes casos, mas tenho para mim que trazer crianças para o mundo deveria ser encarado como um ato de extrema seriedade. Num plano futurista que enxergo em minha cabeça, vejo um acompanhamento muito sério dos aspirantes a pais durante um longo período. Uma série de avaliações seriam feitas a fim de verificar a capacidade ou não de cada indivíduo em ter um vida sob sua responsabilidade. Se aprovada, a pessoa receberia uma autorização para reprodução. Pessoas não aprovadas que por ventura tivessem filhos por conta de crises de amnésia, deveriam ser acompanhadas de maneira rígida. E caso fosse comprovada a incompetência, a criança seria encaminhada para a adoção de casais capacitados, que criariam o pequeno indivíduo com mais critério e responsabilidade.
Sou muito radical, né meu povo? E é claro que esta minha projeção só daria certo em um estúdio de Hollywood.
É que mesmo com todos os defeitos de fabricação da raça, eu continuo amando os seres humanos e me dói por demais ver a nossa total falta de controle em tudo: em nossas próprias vidas, no meio em que vivemos, na nossa convivência com os outros seres vivos e principalmente, na nossa total falta de controle na criação e na construção dos futuros homenzinhos que vão ficar por aqui quando formos embora.
terça-feira, dezembro 22
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4 comentários:
Texto perfeito. Esses seres humanos que se dizem pais não podem ser comparados aos pais mesmo, que encaram a criação de um ser com seriedade e se preocupando com a qualidade não apenas dos cuidados básicos, mas também do emocional deles. Nos cursos para grávidas, ao invés de ensinarem banhos e coisas super fáceis de aprender, deveria haver um acompanhamento psicológico preparando as pessoas para o que vem depois do nascimento.
Lili, concordo com você. As pessoas não parecem perceber a grande missão de se criar um filho, acham que é só fazer e pronto. O pior é que as pessoas colocam como uma obrigação ter filhos, acham que casam para ter filhos e um casal sem filhos é visto com uma aberração da natureza. Enfim, enquanto não é encarado com seriedade, mais e mais crianças sofreram na mão de pais despreparados e malucos.
Beijos
Olá
Acompanho o blog há muito tempo e nunca escrevo nadica, mas hoje tomei coragem depois de ler esse excelente texto.Parabéns e Feliz Natal e um ótimo 2010
Beijos
Débora
obrigada pelos comentarios consu, marion e principalmente a debora, acanhada. rs.
é pena vivermos de utopia!
bom natal!
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