Não me tocou nunca, em nenhum momento. Ao contrário, só me fez sentir nojo pelos exageros, pelas cenas extremamente violentas, pelas interpretações sem graça da maioria do elenco... Aí vem um amigo e me diz que isso é coisa do diretor, coisa de estilo do diretor. Então vá pro inferno. Não quero ver mais nada dele não.
Aprendi nas aulas de teatro que (a não ser que a intenção seja justamente esta) não adianta dar um berro em cena, pois isto só vai servir para fazer o público pular da cadeira e se desconcentrar do espetáculo. Daí, até recuperar a atenção do público assustado – SE conseguir recuperar – é um tempo que vocês (público e ator) acabam perdendo.
É preciso ir trazendo o grito aos poucos, gradativamente. Ir levando o espectador na sua onda e só então culminar com o grito. E às vezes o grito nem é mais necessário, pois o público já entendeu e sentiu tudo o que você queria.
Se não me dou o trabalho de levantar a bunda do sofá para assistir a esses filmes que viraram mania mundial, repletos de cenas de tortura, morte, violência, tudo gratuito, sem nenhuma outra intenção a não ser apavorar o público, também não me proponho a curtir este “estilo de direção” utilizado pelo Del Toro.
O Labirinto, claro, tem uma proposta bacana, trata de um fato histórico que acaba se misturando com a vida e a fábula de uma das personagens, mas no fim de tudo, pra mim, nada funcionou.
Me senti mal ao perceber a reação do público à primeira cena chocante. Todos incomodados, inclusive eu. Mas agüentei firme afinal UMA falha não condena o filme todo. Não passou muito tempo e o episódio se repetiu. E outra vez, depois outra e mais outra e outra e outra... No meio do filme um rapaz se levantou muito incomodado e foi-se embora. Eu continuei na poltrona lutando comigo mesma pra não me levantar e ir atrás dele. Lutei até o fim, pensando nas 5 estrelas do Pablo Villaça e na indicação da Adelaidinha, duas opiniões que eu confio pra caramba, mas não rolou.
O filme, como eu já disse, tem um tema bacana, algumas cenas ótimas, a maquiagem é lindíssima – eu que amo maquiagem, me apaixonei! - alguns personagens (os fabulosos) são bem legais, mas no fim das contas nada se sobrepôs aos momentos péssimos que passei dentro da sala de cinema.
Acho que não quero ver esse filme nunca mais na minha vida.
quinta-feira, janeiro 18
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