Não sou matrona, mãe dos Gracos, Cornélia,
sou é mulher do povo, mãe de filhos, Adélia.
Faço comida e como.
Aos domingos bato o osso no prato pra chamar o cachorro
e atiro os restos.
Quando dói, grito ai,
quando é bom, fico bruta.
As sensibilidades sem governo.
Mas tenho meus prantos,
claridades atrás do estômago humilde
e fortíssima voz pra cânticos de festa.
Quando escrever o livro com o meu nome
e o nome que eu vou pôr nele, vou com ele a uma igreja,
a uma lápide, a um descampado,
para chorar, chorar, e chorar,
requintada e esquisita como uma dama.
*
*
Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado, é igual fé,
não teologa mais.
Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho.
(adélia prado, a deusa, meu povo)
quinta-feira, julho 27
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8 comentários:
ai, que essa mulher é tudo. e eu vou na palestra dela na FLIP. vou tomar muito lexotan pra aguentar a emoção... bjs
demian, sem barracos, pleaaasse!
E aee! blz?
Tá massa o seu blog! curti...
dá uma passada lá na pilândia!
www.pilandia.blogspot.com
valeu!!!
adoro homenagiiiiii, onde? onde?
e tu, quando voltas a destronar reis e rainhas?
ou aposentaste o verso?
aposentei, por enquanto.
*
*
(na verdade não, eu não aposentei. eu sou é feia mesmo)
Lindo!
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