quarta-feira, março 29

Ausência


Ausência

Por muito tempo achei que a ausência era falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
carlos drumond de andrade

3 comentários:

Ricardo Rayol disse...

Maravilhoso

Anônimo disse...

Salve Mestre Drummond...

disse...

Clap, clap, clap!